terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Telescópio SOFIA


         O projeto SOFIA (Observatório Estratosférico para Astronomia no Infravermelho) é o resultado de um programa cooperativo entre a NASA e o DLR (Centro Aeroespacial Alemão). O projeto consiste em adaptar um telescópio infravermelho com 2,7 metros de diâmetro dentro de uma aeronave boing 747SP (figura 1), com sistema altamente avançado especialmente desenhado para compensar a intensa vibração em vôo. O Boeing é capaz de levar o telescópio a uma altitude de aproximadamente 14 km, ficando este livre de 99% do vapor atmosférico que perturba observações no infravermelho feitas a partir do solo.

       O telescópio do projeto SOFIA (figura 1) conta com os seguintes instrumentos: Exes, Fifilis, Flitecam, Forcast, Great, Hawc, Hipo. Os detalhes de cada instrumento estão listados abaixo:

       Exes (Echelon-Cross-Echelle Spectrograph): trata-se de um espectrógrafo do tipo echelle com filtro que opera entre 4.5 e 28.3 microns e com resoluções R=105, 15000, ou 4000.

       Fifilis (Field Imaging Far Infrared Line Spectrometer): trata-se de um espectrômetro com filtro que permite sua operação entre 42 e 210 microns.

        Forcast (Faint Object Infred Camera for the SOFIA Telescope): trata-se de uma câmera que opera no meio da banda infravermelha entre 5-40 microns.

      Great (German Receiver for Astronomy at Teraherz Frequencies) Trata-se de um espectrômetro que opera entre 60-200 microns.

       Hawc (High-resolution Airborne Wideband Camera): trata-se de uma câmera bolométrica que opera no infravermelho distante entre 50-240 microns.

     Hipo (High Speed Imaging Photometer for Occultation): trata-se de um Fotômetro de alta velocidade com filtro que o permite operar entre 0.3 e 1.1 micron

    Todos estes diferentes instrumentos podem ser utilizados para se estudar a emissão no infravermelho de diferentes maneiras, longe dos efeitos atmosféricos.

       Diferente do telescópio Hubble que está em órbita desde 1990, o SOFIA volta para casa depois de cada uma das missões. Dessa maneira, eventuais problemas podem ser resolvidos no retorno, melhorando progressivamente a tecnologia e adicionando novos equipamentos. Com isto, o custo final é muito mais baixo do que o de um observatório em órbita. A principal vantagem do telescópio é que ele pode ser deslocado para qualquer lugar desejado, a bordo do Boeing.

       O telescópio Sofia foi o primeiro a obter informações detalhadas de Júpter, como disse o cientísta principal do projeto SOFIA, Eric Becklin: “Ficamos muito felizes quando gravamos imagens de Júpiter em comprimentos de onda não observáveis em laboratórios terrestres ou telescópios espaciais atuais”. Esse cientísta é conhecido internacionalmente por sua pesquisa na astronomia infravermelha.

       Só para citar outra conquista recente do telescópio Sofia, no dia 23 de junho de 2011, o telescópio observou o planeta anão Plutão enquanto passava, frente a uma estrela distante, um fenômeno conhecido como ocultação. O fato foi observado usandoa a câmera Fast Diagnostic (FDC) em paralelo com o instrumento HIPO, como um medidor de luz e comprimento de onda.

    A imagem em mosaico do infravermelho médio do telescópio SOFIA (Figura 2), oferece informações inéditas sobre os processos de formação de estrelas em torno da nebulosa Messier 42 localizada na constelação de Órion. Os dados da imagem foram adquiridos utilizando uma câmera de infravermelho e ainda o instrumento FORCAST.

     Como disse o cientísta do projeto SOFIA Eric Becklin, os resultados obtidos pelo telescópio SOFIA sobre o planeta Júpter foram relativamente melhores dos que conheciamos atualmente. Além disso, podemos afirmar que o telescópio SOFIA obterá dados mais precisos, pois utiliza resultados no infravermelho próximo e distante, diferentemente de telescópios terrestres. Como estrelas jovens emitem mais luz infravermelha que as estrelas mais antigas, o telescópio SOFIA terá uma aplicação especial na busca por berçários estelares.



Figura 1: O Boeing do projeto SOFIA com o telescópio adaptado.


Figura 2: Mosaico de imagens da Nebulosa de Órion, mostrando diferentes informações em diferentes comprimentos de onda, obtidas com os telescópios HST, ESO e SOFIA.

Referências:
http://www.nasa.gov/mission_pages/SOFIA/index.html
http://www.sofia.usra.edu/
http://cavok.com.br/blog/?p=2818
http://www.ufotvonline.com.br/arquivo-noticias/6-ciencia/156-novo-telescopico-sofia-da-nasa.html
http://gaea-stella.blogspot.com/2011_01_01_archive.html
http://cienciadiaria.com.br/2010/05/31/observatorio-sofia-capta-suas-primeiras-imagens-de-jupiter-em-pleno-voo/
http://en.wikipedia.org/wiki/Eric_Becklin


Referências profissionais:
http://adsabs.harvard.edu/cgi-bin/nph-abs_connect?db_key=AST&db_key=PRE&qform=AST&arxiv_sel=astro-ph&arxiv_sel=cond-mat&arxiv_sel=cs&arxiv_sel=gr-qc&arxiv_sel=hep-ex&arxiv_sel=hep-lat&arxiv_sel=hep-ph&arxiv_sel=hep-th&arxiv_sel=math&arxiv_sel=math-ph&arxiv_sel=nlin&arxiv_sel=nucl-ex&arxiv_sel=nucl-th&arxiv_sel=physics&arxiv_sel=quant-ph&arxiv_sel=q-bio&sim_query=YES&ned_query=YES&adsobj_query=YES&aut_logic=OR&obj_logic=OR&author=&object=&start_mon=&start_year=&end_mon=&end_year=&ttl_logic=OR&title=&txt_logic=OR&text=SOFIA&nr_to_return=200&start_nr=1&jou_pick=ALL&ref_stems=&data_and=ALL&group_and=ALL&start_entry_day=&start_entry_mon=&start_entry_year=&end_entry_day=&end_entry_mon=&end_entry_year=&min_score=&sort=SCORE&data_type=SHORT&aut_syn=YES&ttl_syn=YES&txt_syn=YES&aut_wt=1.0&obj_wt=1.0&ttl_wt=0.3&txt_wt=3.0&aut_wgt=YES&obj_wgt=YES&ttl_wgt=YES&txt_wgt=YES&ttl_sco=YES&txt_sco=YES&version=1